A FELICIDADE NOSSA DE CADA DIA

A FELICIDADE NOSSA DE CADA DIA

             Fomos agraciados com a publicação “Pauta do Dia”, uma coletânea de crônicas de onze jornalistas, editado por “Fábrica de Comunicação”, 2016, Florianópolis. A primeira obra do Núcleo de Escritores da Associação Catarinense de Imprensa – ACI/Casa do Jornalista é uma homenagem de “gratidão eterna” a Roger Bittencourt. (Diz-se que quem o presenteia com livro ou música é amigo de coração).

Decidimos compartilhar o artigo de Michelle Araújo, 38 anos, florianopolitana, “Jornalista por formação e escritora por inspiração”, cujo título é “A FELICIDADE NOSSA DE CADA DIA”:

            Sim eu sei que é clichê, mas é isso mesmo: a felicidade é simples. Pode ser tão simples quanto um par de meias 7/8 novas e quentes que mandam o tenebroso inverno para bem longe. E é exatamente isso o que as pequenas alegrias fazem: aquecem, reconfortam e deixam aquela sensação de sorriso que não acaba mais.

            A felicidade é tão simples quanto uma paçoca compartilhada, quanto uma visita (agradável) inesperada ou flores sem motivo. Pergunte a uma criança: pode ser uma volta de bicicleta no quarteirão, uma ida até a esquina para tomar sorvete ou apenas soltar pipa.

            Poder ser a tia que lembra qual é e prepara o seu bolo preferido – e nem é seu aniversário – ou um bilhetinho carinhoso deixado em cima da mesa. Felicidade é tão simples quanto tomar emprestado o livro que você tanto queria e precisava ler naquele momento.

            Felicidade não tem nada a ver com carro ou relógio importado – aposto que você já leu isso antes, mas não custa lembrar. Ela é construída de pequenas gentilezas, que estão perfeitamente ao alcance de nossas mãos: como um pão de queijo quentinho, frutas colhidas do pé, o chocolate predileto ou prato preferido.

            Deu água na boca, é? Mas, veja só, não é bem a comida a responsável por nossas alegrias. Em geral, felicidade tem muita relação com o afeto e a presença de quem a gente tanto ama. É a mãe que chama para raspar o fundo da panela onde foi feita o doce, o irmão que convida para dividir o brigadeiro de colher (ok, chega de falar de comida!), o amigo que leva para o lugar que você mais gosta quando está lutando contra a fossa.

            A sobrinha que faz uma dança maluca na sua frente só para descontrair. A prima que ouve seus problemas ou faz palhaçadas quando tudo o que você precisa é rir. Aquela ajuda na arrumação da casa ou uma louça lavada. A consultoria na escolha do vestido para a festa mais esperada. As palavras certas na hora certa. As mensagens fofas no WhatsApp nos horários mais descabidos – há quem ache piegas e ria de tão ridículas, mas está valendo!

            O colo e a companhia constante num momento de luto ou de separação. A indicação de uma oportunidade de emprego ou do médico mais próximo de plantão.

            É feliz também – muito feliz! – quem faz essas pequenas gentilezas. É possível reconhecer esses seres empáticos, que distribuem alegria a granel por aí: eles têm largos sorrisos nos rostos, um abraço reconfortante, um coração para fora do peito e palavras mais gostosas do que Nutella.

            Desconfio que, ao se olhar no espelho, ou puxar pela memória, vai encontrar um deles aí dentro de você.

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Organizado por Ademar Arcângelo Cirimbelli, Assessor da Presidência, outubro/2017.

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