ESPERANÇA

ESPERANÇA

Vivemos tempos difíceis, com notícias diárias de corrupção, desastres, conflitos, desemprego, epidemias, desajuste familiar, saúde em crise, evasão escolar etc. Mesmo diante de um cenário sombrio, costumamos dizer: “A esperança é a última que morre”!

Sobre esse tema, deparamo-nos com artigo de Dom Murilo S. R. Krieger, SCJ, catarinense de Brusque, atual Arcebispo de São Salvador da Bahia e Primaz do Brasil, que decidimos compartilhar:

Bom dia, esperança!

Era famosa, na mitologia grega, a figura de Pandora (em grego: Aquela que possui tudo), que teria sido a primeira mulher. Dizia-se que, uma vez criada, Pandora recebeu inúmeros presentes dos deuses, colocados numa caixa. Um dia, inadvertidamente, ela abriu essa caixa e todos os seus bens escaparam, exceto a esperança. Era dessa maneira que os gregos explicavam aquilo que nosso povo traduz com a frase: ‘A esperança é a última que morre!’.

É incrível a capacidade humana de superar-se diante dos problemas. Avolumam-se os problemas econômicos, cresce o desemprego, multiplicam-se notícias da Lava-Jato… e, quando tudo faria crer que estaríamos diante de pessoas derrotadas, somos surpreendidos pelo sorriso de alguém. Ouvimos um ‘Vamos em frente!’ ou nos lembramos da mensagem positiva do poeta, consagrada em conhecida canção popular: ‘Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima’.

‘A esperança é a última que morre!’

Esperamos que seja encontrada a fórmula ideal para nossos desafios econômicos; esperamos concretizar os inúmeros planos que nos acompanham há anos; esperamos que tenham fim as notícias de corrupção, falcatruas e desonestidades; esperamos que a violência e o medo tornem-se apenas lembranças do passado…

A esperança é uma ‘flor’ frágil e delicada, que precisa de muito cuidado, senão será sufocada e não nos mostrará toda a sua beleza. Cada um de nós é chamado, pois, a colaborar para que ela se mantenha viva e forte. Comecemos por nossos relacionamentos familiares, respeitando os que vivem conosco; dialoguemos com as pessoas que encontrarmos, sem querer logo impor-lhes nossas razões; assumamos o compromisso de não valorizar demais pequenos defeitos que, muitas vezes, dão origem a grandes desentendimentos.

Para o cristão, a esperança é vista como um dom de Deus. Essa virtude deve animar toda a nossa vida, levando-nos a caminhar com alegria, mesmo em meio a sofrimentos e provações. O contrário da esperança é o desespero. Dante Alighieri, autor da ‘Divina Comédia’ (século XIV), procurou traduzir isso de forma poética. Ele escreveu que, na porta do Inferno, há uma placa com a frase: ‘Vós, que aqui entrais, deixai fora a esperança!’.

A esperança cristã tem um nome: Jesus. ‘Ele, que é a nossa esperança’ (1Tm, 1,1), passa por nossos caminhos e nos convida a segui-lo. Por ela, desejamos, como nossa felicidade, o reino dos céus e a vida eterna; pomos nossa confiança nas promessas que Ele nos fez e nos apoiamos, não em nossas forças, mas no socorro da graça do Espírito Santo. Portanto, muito mais que um bem que ficou no fundo de uma caixa, a esperança é o motor que impulsiona nossos passos. Procuremos cultivá-la, sempre”.

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Organizado por Ademar Arcângelo Cirimbelli, para o Lira Tênis Clube, abril de 2018.

Fonte: Publicação “Mensageiro do Coração de Jesus”, nº 1357, jan/fev 2018, Itu-SP.

                                                                                                         

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