SILÊNCIO

SILÊNCIO

Numa tarde chuvosa do segundo domingo de outubro, encontramos clima para escrever sobre este tema. Não sobre “Silence”, o novo filme de Martin Scorsese, que retrata o sofrimento e a dignidade de dois padres jesuítas que viajam até o Japão, no século 17, em uma época em que o catolicismo foi banido, assim como quase todo o contato externo. Enfrentam a violência e a perseguição de um governo que pretendia expurgar todas as influências estrangeiras.                                                              

Queríamos entender a mensagem de Bruna Próspero, escrita na Edição 188, da Revista “Vida Simples”, com o título “Descubra o silêncio”. A autora segue a orientação da psicóloga Flavia Melissa, criadora do Portal Despertar, de que devemos fazer um exercício para entender toda essa energia que subutilizamos quando insistimos em dar atenção à orquestra de perguntas e pensamentos dentro da nossa cabeça: “Pegue um gravador e durante dois minutos grave tudo que esteja passando pelos seus pensamentos naquele momento. Talvez você, assim como eu, perceba que o maior incômodo não vem das buzinas alheias, mas da barulheira interna”.

                                                                  

O tema é tão relevante que o alemão Eckhart Tolle escreveu um livro só para falar sobre isso, O Poder do Silêncio. A questão é que hoje estamos permitindo que o barulho do mundo exterior emudeça o som do mundo interior. Quando encontramos o que nos leva a essa sensação de quietude e colocamos isso no dia a dia, até o barulho das buzinas ou da gritaria da feira nos incomoda menos. Temos de dar espaço para o nosso próprio silêncio.                                             

Jonatas Ribeiro, autor da música “Silêncio de Deus”, registra que seus pais lhe ensinaram que sábios não falam muito. Ao invés de falácias, preferem a eloquência dos atos. Falácia sem freio é virtude pros tolos. Atuar em silêncio é a guia de poucos.

No Livro Eclesiastes, encontramos a verdade: “Há tempo de estar calado e tempo de falar”.

Leonardo da Vinci, pintor italiano notabilizado em “Mona Lisa”, afirmava que “As mais lindas palavras de amor são ditas no silêncio de um olhar”. E, William Shakespeare, o mais influente dramaturgo do mundo, ensinava que “Os homens de poucas palavras são os melhores”, confirmando o provérbio árabe de que “A palavra é prata, mas o silêncio é ouro”.

Silêncio não significa abandono, nem omissão.

 Se o próprio Senhor tem ficado em silêncio, concluímos com o poeta de que o silêncio pode ser a linguagem do amor.

Organizado por Ademar Arcângelo Cirimbelli, Assessor da Presidência.

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